MPLA CELEBRA 50 ANOS COM FESTAS DE ARROMBA

Os membros do Conselho da República (órgão decorativo do Presidente do MPLA mas nas vestes de Presidente da República, como mandam as regras daquilo que Angola não é – um Estado de Direito) elogiaram hoje – pudera! – o programa de comemorações dos 50 anos de independência por ser “abrangente, inclusivo e capaz de fazer das celebrações uma verdadeira festa do povo angolano”.

De acordo com o comunicado de imprensa saído da reunião realizada hoje sob orientação superior e divina do Presidente da República, general João Lourenço, coadjuvado de forma informal pelo Presidente do MPLA e pelo Titular do Poder Executivo, o programa das festividades dos 50 anos de independência de Angola, que se assinala no dia 11 de Novembro de 2025, evita “a politização excessiva e as conotações partidárias, privilegiando a participação cidadã”. Estão, aliás, a ser preparados convites especiais para enviar – acompanhados de um saco de fuba – a cada um dos 20 milhões de pobres existentes no reino.

Os conselheiros sugeriram, com a respectiva vénia, a ampla divulgação, por todos os meios possíveis, dos eventos constantes do programa de comemorações, para que a nação se mobilize em torno deste momento histórico, tendo vários anunciado a intenção de apresentarem propostas à comissão interministerial encarregue do plano de festividades, lê-se no comunicado. Provavelmente o título de capa do programa comemorativo, criado pela genialidade divina do general João Lourenço, dirá “O MPLA fez mais em 50 anos do que Portugal em 500”.

O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, e coordenador da comissão interministerial, disse, na apresentação do programa aos conselheiros, que no dia 22 de Novembro deste ano será aberto o período de celebrações, que arranca com a realização de um fórum nacional sobre a qualidade do sistema de educação e ensino. Fórum dedicado, consta nos bastidores, às crianças angolanas (cinco milhões) que estão fora do sistema escolar do reino.

“Pretende-se neste tipo de eventos fazer uma reflexão, no caso específico sobre o que foi o nosso sistema de educação e ensino ao longo dos 50 anos, bem como daí fazerem-se reflexões para o futuro em relação à matéria em discussão”, referiu o ministro que é mestre em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto (UAN) – Ciências Jurídico-Políticas – em cooperação com a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, com nota final superior a 20 valores…

Segundo Adão de Almeida, o fórum é a primeira actividade a realizar-se no âmbito das festividades, mas o lançamento oficial acontece apenas no dia 29 de Novembro, nas proximidades do Largo da Independência, com a realização de um acto que visa destacar, quer com presenças quer com o modelo da actividade, “o momento histórico da proclamação da independência”.

Com as acções festivas pretende-se reforçar o patriotismo e o orgulho nacional (no MPLA, entenda-se), promover o conhecimento sobre a História e cultura de Angola (que o MPLA confunde com a sua própria história), reflectir sobre os desafios enfrentados e as oportunidades futuras para o desenvolvimento do país e celebrar a solidariedade e cooperação entre os diversos sectores da sociedade, refere-se no comunicado. Neste capítulo será incluída uma prolixa referência à tese (cujo autor é mantido em anonimato por razões de marketing) “Como o MPLA ensinou milhões de angolanos a viver sem comer”.

As festividades vão ser realizadas entre 11 de Novembro de 2024 e 31 de Dezembro de 2025, contando com a participação de mais de 8.000 pessoas e convidados de 70 países, no acto central a realizar-se a 11 de Novembro do próximo ano, no qual o chefe de Estado discursará e se realizarão dois desfiles, um civil e outro militar.

Folha 8 com Lusa

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